UNESCO - Guia para a Inteligência Artificial Generativa na Educação e Investigação
O guia da UNESCO sublinha a rápida ascensão das ferramentas de inteligência artificial generativa e as dificuldades que os quadros regulatórios nacionais enfrentam em acompanhar esse desenvolvimento. A falta de regulamentação deixa as instituições educativas despreparadas para verificar a validade dessas ferramentas e a privacidade dos dados dos utilizadores exposta.
A UNESCO, como agência líder em educação das Nações Unidas, desenvolveu estas directrizes para apoiar os países na implementação de políticas que garantam a utilização ética e eficaz das ferramentas de Generative Artificial Intelligence (GenAI) [Inteligência Artificial Generativa, em português].
Estas orientações têm como objectivo central assegurar que a GenAI seja usada de forma a reforçar os valores humanos fundamentais, como a inclusão, a equidade, a igualdade de género e a diversidade linguística e cultural.
Principais Pontos do Guia
- Definição e Funcionamento do GenAI:
- O GenAI é uma tecnologia que cria conteúdos de forma automática em resposta a comandos em linguagem natural, em formatos que vão desde textos, imagens, vídeos, até música. Embora produza novos conteúdos, o GenAI não possui a capacidade de gerar ideias ou soluções verdadeiramente novas para desafios do mundo real, devido à sua falta de compreensão das realidades sociais e físicas.
- Desafios Éticos e de Regulamentação:
- O guia aborda os desafios éticos e as controvérsias políticas em torno do uso da GenAI, como a privacidade de dados, a segurança, os direitos de autor, e o risco de manipulação. Estes problemas são exacerbados pela rapidez com que as novas ferramentas de GenAI estão a ser desenvolvidas e disseminadas.
- Propostas de Regulamentação:
- O documento sugere que os governos devem adoptar um enfoque centrado no ser humano para regular o uso do GenAI na educação, assegurando que o uso dessas ferramentas seja ético, seguro, inclusivo e eficaz. Propõe-se também a criação de normas para proteger a privacidade dos dados e a imposição de limites de idade para o uso dessas tecnologias.
- Impacto na Educação:
- O GenAI tem o potencial de transformar a educação ao automatizar tarefas de baixo nível, permitindo que os educadores se concentrem em aspectos mais complexos e criativos do ensino. No entanto, é fundamental que as instituições de ensino avaliem cuidadosamente a adequação ética e pedagógica dessas tecnologias antes da sua adopção em larga escala.
- Recomendações para o Futuro:
- O guia encoraja uma reflexão internacional sobre as implicações a longo prazo da GenAI no conhecimento, educação, aprendizagem e avaliação. Sugere-se que as políticas educativas sejam moldadas de forma a proteger a humanidade, promovendo simultaneamente o uso eficaz e ético da GenAI.
- Necessidade de Formação e Capacitação:
- Destaca-se a necessidade de desenvolver competências em GenAI, tanto para professores/formadores quanto para alunos/formandos, para garantir um uso informado e competente dessas tecnologias. Isto inclui não apenas o uso técnico, mas também a capacidade de avaliar criticamente os outputs gerados por essas ferramentas.
O presente documento da UNESCO destaca que, embora a GenAI ofereça grandes oportunidades para melhorar os processos educativos e de investigação, também apresenta desafios significativos que requerem atenção cuidadosa. A adopção destas tecnologias deve ser feita de forma ética e centrada no ser humano, garantindo que os valores fundamentais da educação não sejam comprometidos.
O guia conclui que as capacidades humanas e a
colaboração continuam a ser os factores mais críticos na solução dos desafios educativos
globais, e que a tecnologia, por mais avançada que seja, deve ser uma
ferramenta para apoiar, e não substituir, o potencial humano.
Fontes: